Análise das campanhas para Governador do estado de São Paulo

Esse blog tem como função analisar a campanha política dos principais candidatos ao cargo de governador do estado de São Paulo. Sem demagogias e sem rabo preso analisaremos de uma maneira profissional e técnica as principais estratégias, ações e resultados dessas campanhas. Com isso devo ressaltar que a intenção aqui não é fazer propaganda política para nenhum candidato. Vamos analisar as peças da campanha e verificar se o rumo do nosso estado estará em boas mãos.

16 agosto 2006

Sem avisar, Serra participa de culto e reluta antes de ajoelhar.

Sem fazer alarde, José Serra foi ontem a um culto da igreja evangélica Comunidade Paz e Vida, no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo. O evento não fazia parte da agenda oficial da campanha do tucano ao governo paulista.

Serra chegou ao culto por volta de 21h30 e entrou discretamente pelo estacionamento da igreja. Às 21h40, apareceu por uma porta ao lado do altar, sentou-se e logo foi convidado a subir ao púlpito pelo pastor e fundador da igreja, Juanribe Pagliarin -que chamou o tucano de governador e o apresentou aos cerca de 2.000 fiéis.

"Eu sei que o senhor não precisa dos votos da Paz e Vida, mas essa igreja é pé quente. A Marta [Suplicy] veio aqui em 2000 e ganhou [a disputa pela prefeitura]. O Alckmin veio em 2002 e ganhou [o governo paulista]. Em 2004, a Marta não veio, e perdeu [a prefeitura] para o senhor", disse o pastor.

Serra retribuiu a gentileza - disse que São Paulo necessita de mais "paz e mais vida" e que só se sente feliz quando "trabalha pelo próximo"- e afirmou que precisa, sim, dos votos. "A eleição não está decidida."

Findo o discurso, o pastor conclamou a igreja a rezar por Serra, mas não sem antes reivindicar que o tucano, se eleito, "olhasse" pelas igrejas, que estariam sendo perseguidas. À Folha, Pagliarin disse que a "perseguição" a qual se referia chama-se Lei do Psiu, que impõe limites sonoros a eventos e estabelecimentos da cidade.
Após o pedido, o pastor conclamou a assembléia a orar por Serra, disse que ia se ajoelhar e pediu ao tucano para fazer o mesmo, "para receber a bênção". Serra relutou em ajoelhar. O pastor o chamou com a mão, ensaiou um abraço, olhou para o tucano e conseguiu: Serra cedeu, se ajoelhou e arrancou aplausos entusiasmados da Comunidade Paz e Vida.

Na saída, o candidato tucano não falou com a reportagem nem com os fiéis presentes, que se perguntavam: "Cadê o abençoado?".

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Em época de eleição, até ateu vira cristão mais ortodoxo. Serra é o maior exemplo disso.

E para não falar desses líderes evangélicos de meia-tigela que normalmente fazem social com as lideranças políticas usando o povo de sua Igreja.

Falta conscientização política por parte de toda a população.

16/8/06 10:27  

Postar um comentário

<< Home