Análise das campanhas para Governador do estado de São Paulo

Esse blog tem como função analisar a campanha política dos principais candidatos ao cargo de governador do estado de São Paulo. Sem demagogias e sem rabo preso analisaremos de uma maneira profissional e técnica as principais estratégias, ações e resultados dessas campanhas. Com isso devo ressaltar que a intenção aqui não é fazer propaganda política para nenhum candidato. Vamos analisar as peças da campanha e verificar se o rumo do nosso estado estará em boas mãos.

04 agosto 2006

Seguranças impedem estudantes de protestar perto de Serra.

Assessores e seguranças do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, impediram com empurrões que ao menos seis estudantes universitários, com narizes de palhaço e um cartaz pregando o voto nulo, se aproximassem hoje do tucano, em Pirassununga (interior de SP).

O cartaz foi rasgado e dizia "Vote nulo. Anule seu voto". Os estudantes disseram ser de um campus da USP (Universidade de São Paulo) na região.

Houve empurra-empurra e os estudantes foram afastados pelo braço. "Queríamos fazer um protesto pacífico e fomos impedidos de forma violenta", disse um dos estudantes, exibindo o cartaz rasgado pelos seguranças. Ele não quis se identificar.

A confusão começou quando os estudantes se aproximaram do local onde Serra iniciaria uma entrevista coletiva, em uma esquina no centro.

O presidente estadual do PSDB e candidato a deputado estadual, deputado Sidney Beraldo, que acompanhava a comitiva, afirmou que houve "equívoco" dos assessores e seguranças de campanha.

"Eles [estudantes] estavam defendendo o voto nulo, o que é uma coisa legítima. Nós entendemos isso. Houve um desentendimento ali com a assessoria, mas eu acho que foi errado. Nós não devemos agir dessa forma. Temos de respeitar todas as manifestações. E desta forma que o PSDB entende e o Serra também. Foi um equívoco."

Sobre a confusão, Serra disse que os estudantes "deviam estar um pouco fora de foco".
Além de Pirassununga, o candidato tucano também visitou hoje em Leme e Araras. Em todos as cidades, ele cumprimentou moradores, tirou fotografias e parou em estabelecimentos.

Segurança

Em Araras e em Leme, Serra disse que, caso seja eleito, acabará com as cadeias existentes em delegacias "em todo o Estado".

"Nós vamos fechar as cadeias em todo o Estado de São Paulo. As cadeias em São Paulo [capital] e Grande São Paulo foram encerradas. Minha idéia é que, ao final do próximo mandato, se eu for eleito, não haverá mais nenhuma cadeia de delegacias", disse.

"Nós construiremos CDPs mais adequados para tirarmos os presos do centro das cidades."
Ainda na área de segurança pública, Serra disse ser contra a redução da maioridade penal para adolescentes infratores. "Eu tenho uma proposta alternativa que a imprensa nunca publica e não vai adiantar falar disso agora. Já falei até por escrito e não sai", disse.

Após a insistência da imprensa, ele disse: "É de que possam [adolescentes] ter condenações maiores em recintos separados".

"Isso exige mudança no estatuto do adolescente, que é um bom estatuto, mas eu acho que tem que ser atualizado".

Sobre a área de educação, Serra criticou a qualidade do ensino no Estado, que foi governado pelo candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB). "Na maioria do Estado, a qualidade deixa a desejar. Claro que há municípios onde a escola é boa, mas não é a regra geral."

Serra afirma que adversários copiam suas propostas.

O ex-prefeito José Serra (PSDB), candidato ao governo de São Paulo, afirmou que muitos dos seus adversários na disputa pela cadeira no Palácio dos Bandeirantes estariam copiando suas propostas de forma a tentar ganhar votos na corrida eleitoral.
Serra, que é favorável a mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas é contrário à diminuição da maioridade penal, não confirmou que esta posição estaria sendo alvo de cópias. Mas, sem citar nomes, ressaltou que um dos outros candidatos estaria se especializando em copiar o que ele vem dizendo na campanha.

"Nesse caso específico (do ECA), eu não sei, mas que existe muita cópia, isso tem. Mas a cópia não me angustia. Tem um candidato, aliás, que vem se especializando nisso. Não vejo nenhum problema. São idéias boas, que outros candidatos também vão adotando, o que é positivo", afirmou Serra, segundo entrevista à rádio Jovem Pan.

Nesta quinta-feira, Serra visita a FENAFIC (Feira de Componentes para Calçados) em Franca, onde também se reúne com prefeitos e lideranças regionais. Na quarta, ele defendeu a separação de menores que cometeram crimes mais graves de outros com delitos mais leves na Febem. "Defendo que aqueles menores mais delinqüentes, que têm condenações maiores, possam ficar em prisões separadas das outras crianças", opinou.

"Com isso, aquele Champinha não sairia da cadeia. Isso exige mudança no ECA. Ele é um bom estatuto, mas eu acho que precisa ser mais atualizado. Não estou dizendo que seja necessário baixar a maioridade penal de 18 para 16 anos. A experiência de outros países mostra que isso não adiantou nada, não teve efeito do ponto de vista prático", comentou.

Serra defendeu que a separação dos menores com penas maiores sejam separados, mas continuem nas dependências da própria Febem.

Quércia propõe ´educação com excelência e progressão continuada´.

"Vamos complementar o ensino fundamental com aulas extras para estudantes e fazer avaliações a cada dois meses"

O candidato ao Governo do Estado pelo PMDB, Orestes Quércia, disse nesta quinta-feira, 03, em campanha pelo interior de São Paulo, que não pretende acabar com a progressão continuada na educação, mas pretende melhorá-la por meio de aulas de reforço escolar para o ensino fundamental.

Segundo Quércia, é possível dar excelência à educação sem ter de acabar com a progressão continuada. "Vamos complementar o ensino fundamental com aulas extras para estudantes e fazer avaliações a cada dois meses", disse Quércia, em Andradina, na Noroeste do Estado.

O candidato disse que se eleito seu governo deverá aumentar o repasse para a educação para favorecer os municípios que aplicam bem os recursos.

Omissão e arrogância
O peemedebista também afirmou que, caso seja eleito, o Estado de São Paulo vai entrar na guerra fiscal. Segundo ele, o governo do PSDB foi omisso ao não aceitar a concorrência com outros Estados, o que levou São Paulo "a ficar para trás no desenvolvimento econômico".

"O governo se omitiu quando empresas iam embora. Houve uma arrogância do governo, no sentido de ´nós não vamos dar nada para ninguém´", disse Quércia. "Hoje, o que acontece é que diversos Estados estão passando São Paulo no crescimento econômico. Isso é ruim para o Brasil. A história do Brasil se escreve nas ruas de São Paulo, e essa omissão eu não vou cometer", emendou.

Segundo Quércia, por conta da Guerra Fiscal mais de 600 empresas deixaram O ABC e mais de 100 a região de Americana, transferindo seus parques para outros Estados. Quércia disse ainda que, se houver lei federal impedindo a Guerra Fiscal, vai usar a Nossa Caixa para criar uma alternativa de incentivos a empresas de outros Estados que queiram se instalar em São Paulo.

O candidato também prometeu aumentar recursos para saúde e instalar hospitais e contratar médicos para os municípios com penitenciárias. "Esses municípios estão com o setor de saúde sobrecarregado e por isso vamos dar a eles hospitais exclusivos para atender os detentos", afirmou.

Fotos de Serra com sanguessugas circulam na CPI e embananam o caso.


Circulam no Congresso fotos de José Serra participando de uma cerimônia de entrega de ambulâncias em Mato Grosso, em maio 2001, ao lado de deputados hoje acusados de participarem do esquema dos sanguessugas.


Nas fotos, lá estão eles: Serra e os deputados Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Ricarte de Freitas (PTB-MT). Como se observa, os 3 deputados pertencem aos partidos mais fortemente identificados com o escândalo do mensalão, além do PT e do PL. Henry foi citado nos dois casos. Na lista fornecida por Darci Vedoin sobre os sanguessugas à Polícia Federal estão citados Lino, Henry e Freitas.


José Serra, como se sabe, foi ministro da Saúde de março de 98 a fevereiro de 2002. O esquema das vendas superfaturadas de ambulâncias começou em algum momento no início da década. A Folha publica hoje reportagem (só para assinantes) sobre a convocação de Serra para depor à CPI dos Sanguessugas --por requisição do líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).


Mas as fotos valem muito mais do que qualquer falação (a cerimônia foi para marcar a entrega de 41 unidades móveis de saúde a 38 municípios).

TSE divulga número de candidatos por partido.

Os dados divulgados contemplam os 19.619 candidatos, número que exclui os aspirantes a vice e suplente.

O PSDC é o único partido com candidatos a governador em todos os Estados, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Das 29 legendas registradas no TSE, todos têm candidatos disputando cargos nas próximas eleições.

O PMDB é a sigla com maior número de concorrentes: 1.334. O PDT vem em segundo, com quatro aspirantes a menos: 1.330. O PT fica em terceiro lugar, com 1.207 candidatos. Já a agremiação com a menor participação é o PRB, com 103 candidatos.

O PSTU concorre com 127 candidatos; o PCdoB, com 367, e o PRTB, com 443. Os dados divulgados pelo Tribunal Superior contemplam os 19.619 candidatos, número que exclui os aspirantes a vice e suplente, cadastrados na base de dados do órgão até a quarta-feira, 02.

Na disputa pelos cargos de governador e de senador, o PSDC apresenta a maior quantidade de candidatos, respectivamente, 27 e 19, segundo o tribunal. Em seguida vem o PSOL, com 24 candidatos a governador e 17 a senador.

Um total de cinco partidos, por outro lado, têm apenas um candidato a governador: PCdoB; PL; PRB; PTdoB e PTB. Já o maior número de concorrentes a deputado federal pertence ao PDT: 435.

O PMDB responde pela maior participação na disputa pelo cargo de deputado estadual, com 871 aspirantes. Na categoria deputado distrital, o PFL apresenta o maior número: 72 candidatos. Na outra ponta, a legenda com a menor soma de candidatos, o PRB, apresenta 1 candidato a governador, 1 a senador, 28 a deputado federal, 70 a estadual e 3 a distrital.

O maior colégio eleitoral do País, São Paulo, é também a unidade da Federação com o maior número de candidatos na disputa: 2.859. Em segundo lugar, está o Rio, com 2.328 candidatos, e, em terceiro, Minas Gerais, com 1.570.

Já o Estado com o menor número de concorrentes é Sergipe: 269. Em seguida vêm o Rio Grande do Norte, com 273, e, com pequena diferença, Mato Grosso do Sul, com 269 candidatos.

Abaixo, a relação completa de candidatos por sigla:

PMDB 1334
PDT 1330
PT 1207
PSDB 1155
PSB 1130
PV 1038
PPS 1031
PFL 947
PTB 897
PL 797
PSC 787
PP 684
PHS 660
PMN 651
PSDC 582
PSOL 577
PRP 571
PT do B 555
PAN 527
PRONA 527
PTC 519
PSL 488
PRTB 443
PCdoB 367
PTN 350
PCO 129
PSTU 127
PCB 106
PRB 103
TOTAL 19.619

Não tenho nada a esconder, diz Serra sobre sanguessugas.

Ele disse que nada significam as fotos que circulam pelo Congresso, nas quais aparece entregando ambulâncias ao lado de deputados envolvidos no esquema
Brás Henrique

O candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra, disse nesta quinta-feira, 3, em Franca, na região de Ribeirão Preto, que irá depor na CPI dos Sanguessugas, que investiga a máfia das vendas superfaturadas de ambulâncias, caso seja convocado. Circulam pelo Congresso fotos de Serra entregando viaturas com três deputados federais de Mato Grosso investigados pela CPI. As fotos foram feitas quando ele era ministro da Saúde do governo Fernando Henrique.

"Se eu for convocado, vou, mas não acho que foto signifique nada", disse Serra. Segundo o tucano, como ministro da Saúde, cargo que ocupou entre março de 1998 e fevereiro de 2002, deve ter ido ao Mato Grosso cinco ou seis vezes. "E a cada Estado brasileiro também, devo ter tirado 3 mil, 4 mil fotos com todas as pessoas que me reuni em solenidades", emendou.

Ao lado de Serra, na solenidade de entrega de ambulâncias em 2001, estão os deputados federais Lino Rossi (PL-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Ricarte de Freitas (PTB-MT). "Isso não significa absolutamente nada do ponto de vista das coisas que estão acontecendo." Serra afirmou que não terá problemas se for convocado: "Claro, por que não?. Não tenho nada a esconder, não tenho nada a ver com essa história."

Serra esteve em Franca visitando a Feira Nacional de Couros, Máquinas e Componentes para Calçados (Fenafic), onde fez discurso para 18 prefeitos de vários partidos, inclusive do PT.

Candidatos devem prestar contas até 6 de agosto ao TRE.

O objetivo da prestação é buscar maior transparência nos gastos e arrecadações referentes às campanhas

Termina no próximo domingo, 06, o prazo para prestação parcial de contas dos partidos políticos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, as coligações e os candidatos que irão concorrer nas eleições de outubro.

O objetivo da prestação parcial, implantada pela lei 11.300/06, é buscar maior transparência nos gastos e arrecadações referentes às campanhas eleitorais. A lei determina duas prestações parciais durante o período eleitoral.

De acordo com informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, nessa primeira parcial, os dados que serão apresentados se resumem ao total de receitas arrecadadas e de gastos efetuados por tipo de despesas, como publicidade, mão-de-obra, entre outros, até o dia 30 de julho, no mínimo. Os doadores não serão especificados nesse momento.

A segunda prestação de contas parcial deverá ocorrer em 06 de setembro, somente com os saldos de despesas e receitas ocorridas até o dia 30 de agosto, cumulativo com os dados fornecidos anteriormente.

O prazo para a prestação de contas definitiva é 31 de outubro, como nas eleições anteriores. Na última prestação, os candidatos e partidos deverão informar todas as receitas e gastos ocorridos durante a campanha, incluindo os nomes dos respectivos doadores, conforme o TRE.

Mercadante chama José Jorge de "vice-presidente" em ato falho.

O deslize ocorreu durante a votação da emenda constitucional que tornou impositivo o Orçamento da União

O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, senador Aloizio Mercadante, cometeu nesta quarta-feira, 2, um ato falho e chamou seu colega José Jorge (PFL-PE) de "vice-presidente". Um segundo depois, se corrigiu: "Quero dizer, candidato a vice-presidente". José Jorge é o candidato na chapa do PSDB/PFL, liderada pelo tucano Geraldo Alckmin.

O escorregão de Mercadante ocorreu logo depois da aprovação, por 51 votos a 1 contrário e 1 abstenção do segundo turno da proposta de emenda constitucional que torna impositivo o Orçamento da União. Se o projeto for aprovado também pela Câmara, o Orçamento que sair do Congresso terá de ser obedecido pelo Executivo, daí o nome impositivo.

O único voto contrário à aprovação do orçamento impositivo foi dado justamente por José Jorge. Ao verificar o placar eletrônico, o senador Osmar Dias (PDT-PR), autor da proposta, disse que só podia acreditar que José Jorge tinha votado errado e que, se o candidato a vice ainda estivesse no Senado, deveria fazer a correção.

Mercadante disse em tom descontraído que as atribuições de vice-presidente de José Jorge é que o tinham atrapalhado na votação. Para logo depois corrigir: "Como ele é candidato a vice, tem muito trabalho por aí e pode ter se atrapalhado".