Análise das campanhas para Governador do estado de São Paulo

Esse blog tem como função analisar a campanha política dos principais candidatos ao cargo de governador do estado de São Paulo. Sem demagogias e sem rabo preso analisaremos de uma maneira profissional e técnica as principais estratégias, ações e resultados dessas campanhas. Com isso devo ressaltar que a intenção aqui não é fazer propaganda política para nenhum candidato. Vamos analisar as peças da campanha e verificar se o rumo do nosso estado estará em boas mãos.

14 agosto 2006

Horário eleitoral gratuito começa nesta terça-feira.

Começa nesta terça-feira o horário eleitoral gratuito na TV e no rádio. Os candidatos terão a oportunidade de divulgar suas campanhas políticas até o dia 28 de setembro.

Entre os candidatos à Presidência, a candidata do PSOL, Heloísa Helena, será a primeira a veicular sua propaganda, conforme sorteio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O segundo a aparecer será o candidato do PSDC, José Maria Eymael, seguido pelo tucano Geraldo Alckmin. O quarto será Rui Pimenta (PCO), seguido por Cristovam Buarque (PDT) e Luciano Bivar (PSL).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, será o sétimo e último a aparecer.

Essa ordem, entretanto, será alterada diariamente. No segundo dia, por exemplo, Heloísa será a última e Eymael será o primeiro.

Tempo
Os candidatos à Presidência terão 6 minutos diários de inserção em cadeia de rádio e televisão, além do programa político, que será exibido três vezes na semana.

Do tempo de inserção, o candidato do PSDB terá 2 minutos e 29 segundos. A coligação com o PRB e o PC do B garantiu a Lula 1 minuto e 45 segundos. Os dois candidatos estão em primeiro lugar nas pesquisas.

A diferença de tempo garantiu ao tucano 223 inserções nos 45 dias da propaganda eleitoral, enquanto que Lula terá 158 oportunidades de pedir votos durante a programação de rádio e TV.
As inserções serão veiculadas quatro vezes ao dia. No total serão 12 inserções de 30 segundos cada. Durante a campanha serão 540 inserções.

São Paulo
As propagandas para os candidatos a governador de São Paulo seguirá a seguinte ordem de partidos ou coligações: Prona, PTC, Coligação Frente de Esquerda por São Paulo (PCB/PSOL/PSTU), PAN, Coligação Compromisso com São Paulo (PSDB/PFL/PTB/PPS), Coligação Melhor pra São Paulo (PRB/PT/PL/PC do B), PDT, PSC, Coligação PMDB/PP, PV, PSDC, PMN, Coligação São Paulo de Cara Nova (PTN/PRP/PT do B), PSB, Coligação PSL/PHS e, por último, PCO.

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), haverá rodízio nos dias subseqüentes, ou seja, o último partido de um dia será o primeiro no programa seguinte.

Mercadante entra com recurso contra multa por propaganda antecipada.

O PT e Aloizio Mercadante entraram nesta sexta-feira com um recurso no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) contra a multa aplicada ao candidato do partido ao governo de São Paulo por propaganda antecipada.

Mercadante foi multado em R$ 21,2 mil por causa de propagandas partidárias no rádio e na TV veiculadas no primeiro semestre deste ano.

Outro na disputa ao governo de São Paulo, Carlos Apolinário, do PDT, também foi multado em R$ 21,2 mil. Ele foi punido por causa de propaganda veiculada em rádio no dia 8 de maio.

Também por propaganda fora de hora, o tribunal castigou o PP, que teve diminuição em dois minutos no tempo de propaganda partidária. O partido terá o tempo reduzido em 2007.

Sem a presença de artistas, público em comícios mingua.

A nova lei eleitoral transformou os comícios, que já foram considerados a alma das disputas presidenciais, em eventos frios, rápidos e pequenos.
No primeiro mês de campanha nas ruas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) tiveram dificuldades para atrair público.

Acabaram optando por muitos eventos fechados e recorreram ao que é chamado eufemisticamente de "mobilização estimulada" --desde passar ônibus arrebanhando militantes a, no caso de aliados dos tucanos em Brasília, dar lanche.

A média de público dos sete primeiros comícios de Lula ficou em 3.600 pessoas, de acordo com levantamentos da Polícia Militar. Os petistas prometiam tirar o atraso em uma série de eventos neste final de semana. Anteontem, Lula reuniu 3.500 pessoas em Salvador e 5.000 em Fortaleza, segundo a PM. Alckmin se saiu melhor, com média de 9.600 até agora.

São sombras distantes dos números registrados em 2002. Lula chegou a colocar 150 mil pessoas em Salvador. José Serra, o tucano de então, pôs 120 mil em Ananindeua (PA).

Há consenso entre os partidos de que a responsável pela decadência dos comícios é a proibição de artistas. Para baratear campanhas, a nova legislação vetou showmícios.

Em 2002, os megacomícios de Lula pelo Brasil eram "escada" para shows da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano, que entrava no palco após os discursos políticos. Serra arrebanhava multidões com o grupo adolescente KLB.

Entre os coordenadores das campanhas de Lula e Alckmin, o discurso é de que a nova lei eleitoral é positiva. "O fim do showmício favorece candidatos mais pobres, é mais discussão", diz o coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra.

Mas existe a preocupação, entre tucanos e petistas, em levar mais gente para os comícios, que costumam ser vistos como termômetros das campanhas. "Temos o desafio de bolar novas estratégias de atingir a militância", diz João Felício, responsável pela mobilização na campanha de Lula.

Para o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, os showmícios atraíam um público "artificial", mas que ainda assim acabava assimilando algo da mensagem política. "Ainda que o comparecimento fosse devido à música, o recado dos candidatos era recebido." Ele prevê um teto de no máximo 30 mil pessoas, com a nova realidade. "Em cidades do interior, os comícios continuarão a ter certa importância, até como evento social", diz.

Em 24 de julho, prevendo problemas com o quórum de um evento em Brasília com Lula, o PT do Distrito Federal correu ônibus pelas cidades satélite com o modesto objetivo de arrebanhar 5.000 pessoas. Conseguiu só 2.800.

A campanha de Alckmin tem optado por reuniões em auditórios e caminhadas em locais que atraem público, como feiras livres e praças. Dois grandes comícios ocorreram no Distrito Federal, onde o tucano deparou-se com multidões de 30 mil pessoas: em Taguatinga, com militantes do ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), e no Parque da Cidade, no ato com José Roberto Arruda (PFL). Nos dois casos, os militantes ganharam lanche e transporte.