Análise das campanhas para Governador do estado de São Paulo

Esse blog tem como função analisar a campanha política dos principais candidatos ao cargo de governador do estado de São Paulo. Sem demagogias e sem rabo preso analisaremos de uma maneira profissional e técnica as principais estratégias, ações e resultados dessas campanhas. Com isso devo ressaltar que a intenção aqui não é fazer propaganda política para nenhum candidato. Vamos analisar as peças da campanha e verificar se o rumo do nosso estado estará em boas mãos.

16 agosto 2006

"Estrelas" petistas fogem de holofotes.

Antes considerados vitrines do Partido dos Trabalhadores e figuras constantes na mídia, alguns dos principais candidatos petistas hoje usam a estratégia da vitimização, fogem dos holofotes da imprensa e são escanteados pelo próprio partido.

Fazem parte dessa lista o ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), homem forte do governo Lula durante quase 40 meses, o ex-presidente nacional do partido José Genoino, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e os deputados José Mentor e Professor Luizinho. Todos são candidatos a deputado federal.

Palocci, que chegou a ser cogitado como sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva, participou até agora apenas de um evento político: um jantar em Ribeirão Preto do qual a imprensa foi proibida de participar.

O ministro mantém o isolamento adotado desde o início do caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em março deste ano. A assessoria de imprensa de Palocci informa não haver previsão de eventos públicos de campanha e recusa pedidos de entrevista. Até hoje Palocci concedeu duas entrevistas, nas quais foram vetadas perguntas sobre o caseiro. Falou sobre economia e gripe aviária.

Genoino e Luizinho têm adotado esquema semelhante. O primeiro, que disputou em 2002 o governo paulista com Geraldo Alckmin, também se enclausurou após ser acusado de envolvimento no caixa dois do partido. O ex-presidente do PT diz que não quer mais o status de estrela e que fará uma campanha longe da imprensa.

Luizinho, acusado de ter recebido R$ 20 mil do valerioduto, mas absolvido pela Câmara, também não divulga sua agenda, evita entrevistas e tenta se agarrar à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista. Sua presença é considerada, porém, indigesta pelo senador e pelo partido.

Segundo a Folha apurou, recados foram enviados aos mensaleiros para que se afastem da campanha. Exceção feita a Genoino, por quem o senador tem grande apreço, e a João Paulo, de cujos votos precisou para vencer Marta Suplicy (PT) nas prévias e ainda precisa para buscar tentar superar os adversários na região de Osasco (SP).

O comportamento adotado por Luizinho nas caminhadas irrita Mercadante. Diferentemente de Genoino, que se apresenta retraído, o professor atua como abre-alas da militância: nas ruas, bate palmas e grita anunciando a presença do candidato ao governo.

A Folha apurou que o presidente Lula vetou a participação dos mensaleiros na campanha dele à reeleição. Nenhum deles participou do jantar realizado no início deste mês, em São Paulo, para arrecadação de fundos para as campanhas de Lula e Mercadante.

Oficialmente, o senador nega sentir constrangimento ao lado dos colegas. Em conversas informais, porém, reclama de ter que dar explicações por fatos nos quais não está envolvido.

Dinheiro
Diferentemente dos colegas, João Paulo não se esconde da imprensa nem evita o assunto mensalão, mas adota um discurso de humildade. O deputado diz admitir os erros do partido e, por isso, pede desculpas ao eleitorado e um voto de confiança na candidatura dele.

Acusado de ter recebido pelo menos R$ 50 mil do esquema do mensalão, João Paulo tem alegado dificuldades de obter recursos para a campanha.
"Algumas pessoas estão tentando ajudar, umas com muita dificuldade, e outras espero que me ajudem", disse no mês passado, após participar de uma caminhada em Osasco com Mercadante.

Nesse evento, foram distribuídas 203 bandeiras com o nome e número do candidato, mas os organizadores pediam a devolução do material ao final do percurso, para serem utilizadas em outras manifestações.

A imagem de austeridade financeira da campanha, também adotada pelos demais candidatos, provoca risos em petistas não citados em escândalos. Segundo eles, que relatam dificuldades para arrecadar dinheiro para campanha por conta das denúncias contra o PT, os "mensaleiros" estão com os cofres cheios para gastar na campanha.

No horário político, o PT de São Paulo decidiu distribuir o tempo de forma igualitária entre os candidatos. Todos terão 15 segundos. A maior parte do horário abordará realizações do governo Lula.

Quércia e Serra se apresentam ao eleitor; Mercadante critica crise na segurança.

No primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita dos candidatos ao governo de São Paulo no rádio, Orestes Quércia (PMDB) e José Serra (PSDB) optaram por contar sua história de vida e trajetória política, enquanto Aloizio Mercadante (PT) criticou a crise na segurança pública do Estado.

José Serra foi apresentado à população como um candidato preparado e experiente. Em seguida, os apresentadores do programa contaram um pouco de sua vida e trajetória política. "Serra é o governador que São Paulo merece."

O tucano afirmou que para formar um bom governo é preciso clareza, disposição e boa equipe. "Peguei São Paulo num estado desesperador, mas, em vez de reclamar, mergulhei no trabalho e acho que conseguimos. Vamos fazer no Estado o que fizemos no município."

A propaganda de Mercadante falou da crise na segurança pública de São Paulo. "São 12 anos do mesmo governo. Não podemos permitir que o Estado continue com a criminalidade como está."

O petista defendeu a criação de uma força-tarefa nacional. "Eu assumo o compromisso de que será o primeiro ato do meu governo. Temos que unir Polícia Federal, Forças Armadas e as polícias Civil e Militar para combater o crime em São Paulo."

Os apresentadores do programa do candidato do PMDB começaram contando a história de Quércia, tanto na vida pessoal quanto na política. Eles o apresentaram como o melhor governador da história.

"Acredito que cumpri o que prometi no governo de São Paulo. Fiz muitas obras, estradas, metrô. Agora, vamos gerar empregos, os jovens sofrem com o desemprego", disse o peemedebista.

Quércia ainda falou sobre segurança pública. "Vamos recuperar a autoridade do governo e resolver a situação da segurança pública no Estado. Peço o seu voto para fazer São Paulo crescer e se desenvolver."

Também veicularam sua propaganda o Prona, PDT, PTC, PCB/PSOL/PSTU, PAN, PSC, PV, PSDC, PMN, PTN/PRP/PT do B, PSB, PSL/PHS e PCO.

O horário eleitoral gratuito em rádio e TV começou nesta terça-feira com a propaganda dos candidatos à Presidência da República.

PT quer inquérito contra Transparência Brasil.

O diretório estadual de São Paulo do Partido dos Trabalhadores (PT) encaminhou na última segunda-feira (14/08) uma notícia-crime à justiça, apontando supostas irregularidades nas campanhas da Associação Transparência Brasil, capitaneada pelo jornalista Cláudio Weber Abramo. O partido afirma que a campanha “Não vote em mensaleiro”, que traz uma lista de todos os acusados nos recentes escândalos, penaliza de antemão candidatos ainda não julgados, pois, segundo matéria estampada na manchete do site do diretório, “ter sobre si qualquer suspeita já significa ser culpado”.

A Transparência Brasil foi fundada em 2000 com o objetivo de combater a corrupção. Buscando mais transparência e legitimidade nos processos políticos brasileiros, a associação realiza campanhas e veicula relatórios e bancos de dados com informações sobre políticos e candidatos.

Para justificar a notícia-crime, além da presunção de inocência o PT também usa como argumento um texto de autoria de Abramo que pede que os eleitores não votem em “mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família”, comparação que atentaria contra a honra dos deputados. Notícia-crime é uma notificação à justiça sobre algum suposto crime em andamento, que no caso foi encaminhada à Procuradoria Regional Eleitoral. Caso o órgão competente julgue que a notificação mereça ser mais investigada, um inquérito é aberto e a polícia investiga o caso.

O PT afirma que não está atentando contra a liberdade de expressão, já que não pede a retirada do site do ar, mas sim apenas a substituição de termos ofensivos à honra dos parlamentares. “É violento o que ele [Cláudio Abramo] tem feito. Há limites e ele com certeza extrapolou todos”, afirmou Rodrigo Luchiari, assessor de imprensa do PT-SP.

No dia 10/08, o blog de Cláudio Weber Abramo divulgou uma tentativa de intimidação realizada pelo procurador parlamentar da Câmara, deputado Ney Lopes (PFL - RN). Um ofício redigido pelo chefe de gabinete de Lopes ameaçava processar o Transparência Brasil por injúria e exigia a retirada das menções à “Não vote em mensaleiro” do site da entidade em 24 horas, com o trecho referente ao prazo em negrito.

Em resposta, Abramo argumentou que em nenhum momento sua campanha expressou alguma inverdade, já que os deputados listados de fato foram indiciados nos recentes escândalos. Sendo isso verdade, o jornalista conclui que não há nada que possa impedir o Transparência Brasil a fazer campanha para que o cidadão evite “votar no gênero de indivíduo que se comporta de modo a dar motivos para sofrer indiciamento criminal”. Após a breve escaramuça, Ney Lopes considerou o caso encerrado.

Para o PT, o mesmo argumento é invocado pelo jornalista: “não acusamos ninguém de nada, não dissemos que ninguém é culpado, apenas que não se vote nesses candidatos”, afirmou Abramo. Sobre o possível ataque à honra na comparação com animais, ele afirmou que utilizou uma metáfora, embasado pelas próprias ações da Polícia Federal que possuem nomes de animais.

Oficialmente, a Associação Transparência Brasil só vai se posicionar nesta quarta-feira, 16/08.

Sem avisar, Serra participa de culto e reluta antes de ajoelhar.

Sem fazer alarde, José Serra foi ontem a um culto da igreja evangélica Comunidade Paz e Vida, no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo. O evento não fazia parte da agenda oficial da campanha do tucano ao governo paulista.

Serra chegou ao culto por volta de 21h30 e entrou discretamente pelo estacionamento da igreja. Às 21h40, apareceu por uma porta ao lado do altar, sentou-se e logo foi convidado a subir ao púlpito pelo pastor e fundador da igreja, Juanribe Pagliarin -que chamou o tucano de governador e o apresentou aos cerca de 2.000 fiéis.

"Eu sei que o senhor não precisa dos votos da Paz e Vida, mas essa igreja é pé quente. A Marta [Suplicy] veio aqui em 2000 e ganhou [a disputa pela prefeitura]. O Alckmin veio em 2002 e ganhou [o governo paulista]. Em 2004, a Marta não veio, e perdeu [a prefeitura] para o senhor", disse o pastor.

Serra retribuiu a gentileza - disse que São Paulo necessita de mais "paz e mais vida" e que só se sente feliz quando "trabalha pelo próximo"- e afirmou que precisa, sim, dos votos. "A eleição não está decidida."

Findo o discurso, o pastor conclamou a igreja a rezar por Serra, mas não sem antes reivindicar que o tucano, se eleito, "olhasse" pelas igrejas, que estariam sendo perseguidas. À Folha, Pagliarin disse que a "perseguição" a qual se referia chama-se Lei do Psiu, que impõe limites sonoros a eventos e estabelecimentos da cidade.
Após o pedido, o pastor conclamou a assembléia a orar por Serra, disse que ia se ajoelhar e pediu ao tucano para fazer o mesmo, "para receber a bênção". Serra relutou em ajoelhar. O pastor o chamou com a mão, ensaiou um abraço, olhou para o tucano e conseguiu: Serra cedeu, se ajoelhou e arrancou aplausos entusiasmados da Comunidade Paz e Vida.

Na saída, o candidato tucano não falou com a reportagem nem com os fiéis presentes, que se perguntavam: "Cadê o abençoado?".

Apolinario no SPTV

Alckmin cancela compromisso em SP e constrange Serra.

Os candidatos do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, tiveram que cancelar um encontro marcado para esta terça-feira à tarde pela Força Sindical na Casa de Portugal, na Liberdade, região central de São Paulo.

O evento, que estava marcado para 17h30, fazia parte da agenda de campanha de Alckmin. Serra foi convidado para apoiá-lo, mas também aproveitaria a oportunidade para promover sua candidatura.

A militância estava toda no local marcado --na avenida Vergueiro--, com carro de som e tudo. Serra chegou ao local às 18h45, e foi festejado pelo animador do partido. Mas, para surpresa geral, poucos minutos depois ele foi embora, sem falar com ninguém.

Em seguida, recebeu-se a notícia de que o evento estava cancelado e que seria transferido para outra data, ainda indeterminada.

"Eu também não soube direito [o que aconteceu]", tentou explicar Serra mais tarde, já em outro evento que reuniu os dois candidatos tucanos.

"Esse era um evento nacional, não era estadual. Eu fui convidado e avisei que ia chegar atrasado porque tive gravação e houve atraso em tudo hoje por causa da questão do metrô. E não me avisaram, quando eu cheguei lá, tinha sido cancelado", acrescentou.

Serra disse que até se propôs a falar alguma coisa aos militantes que os aguardavam no local, mas que os dirigentes do partido disseram que não era necessário.

"Eu realmente também não entendi direito", concluiu o candidato ao governo de São Paulo, que garantiu que o episódio não causou mal-estar entre ele e Alckmin.

O motivo oficial apresentado pelo partido para o cancelamento do evento foi o trânsito na cidade de São Paulo, que impossibilitou Alckmin de chegar ao local. Ninguém soube explicar por que Serra não foi informado.

Metalúrgicos de São Caetano apóiam Carlos Apolinario.



O candidato a governador Carlos Apolinario (PDT) recebeu hoje o apoio dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Acompanhado do candidato a deputado estadual Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, Carlos Apolinario fez uma palestra para os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, de Material Elétrico e Eletrônico, Siderúrgicas, Veículos e de Autopeças de São Caetano.

Ele explicou que vai investir fortemente no desenvolvimento das pequenas e médias empresas. Para isso, o programa de governo prevê a criação de agências de desenvolvimento regional, nas 21 regiões administrativas do Estado.

Como presidente licenciado do sindicato, Cidão conclamou os colegas a trabalharem pela candidatura de Carlos Apolinario. "Este é o candidato das mãos limpas. Não tem nada que desabone a conduta de Carlos Apolinario, que está preparado para governar o Estado. A hora é de trabalhar pela candidatura dele", disse Cidão.

Depois, em carreata, os sindicalistas se dirigiram até o portão 4 da GM. Ali Carlos Apolinario cumprimentou trabalhadores e deu entrevista. Questionado sobre a fuga de empresas na região do ABC, afirmou que São Paulo, se necessário, vai entrar na guerra fiscal. "Se algum empresa quiser deixar a região, vai receber a visita do governador, que com determinação negociará com o empresário para que ele não deixe o Estado de São Paulo. Podem ter certeza: São Paulo terá à frente do Estado um governador que não será nenhum chuchu. Agirei com a determinação e a autoridade que o cargo exige", disse.