Análise das campanhas para Governador do estado de São Paulo

Esse blog tem como função analisar a campanha política dos principais candidatos ao cargo de governador do estado de São Paulo. Sem demagogias e sem rabo preso analisaremos de uma maneira profissional e técnica as principais estratégias, ações e resultados dessas campanhas. Com isso devo ressaltar que a intenção aqui não é fazer propaganda política para nenhum candidato. Vamos analisar as peças da campanha e verificar se o rumo do nosso estado estará em boas mãos.

24 agosto 2006

Mídia favorece candidatos. Será?

Soa estranho como são divulgados alguns números nessas eleições. Parece que tentam esconder ou manipular as informações passadas ao público.

O Estado de S. Paulo publicou no dia 22 de agosto, na página 22a, a última pesquisa Estado/Ibope/Globo, com os seguintes números.

"Pesquisa Estado/Ibope/TV Globo sobre as intenções de voto para o governo de São Paulo mostra que o candidato José Serra (PSDB) perdeu 3 pontos porcentuais - um pouco acima da margem de erro (de 2 pontos) -, mas continua vencendo a disputa no primeiro turno com grande folga. Ele tem 46% e a soma dos seus adversários dá 29%. Seu principal adversário, Aloizio Mercadante (PT), continua estacionado nos 15% da pesquisa anterior."

A informação correta, segundo o site do Ibope, aponta Serra que perdeu sim os 3% em relação à última pesquisa, mas ficaria com 43%, diferentemente do que foi publicado.

Seria medo de mostrar uma queda mais acentuada do que o normal?
Por que fariam isso em um jornal de renome?
A dúvida fica no ar.

Todos os outros jornais da capital e as rádios divulgaram 43%. Seria possível que justo a empresa que contratou a pesquisa deixasse um erro desses passar sem ser notado?

Difícil.

Outro exemplo aconteceu hoje (24), com a rádio Jovem Pan. A emissora tem evitado citar a agenda, as propostas e tudo o que envolva o candiadato do PDT, Carlos Apolinario.

Hoje, enquanto toda a mídia anunciava os números do Datafolha divulgados na quarta-feira (23), em que Apolinario aparece nas pesquisas com 2%, a Jovem Pan ignorou o candidato em alguns boletins e, quando falava, anunciava que o pedetista tinha apenas 1% das intenções de voto.

É uma diferença mínima? É.

Mas para quem tem 2%, significa 50% de diferença.

Um erro desses não pode acontecer (se é que trata-se de erro) em uma rádio com tanta audiência.

Prestem atenção nestes detalhes e verão como acontece coisas muito estranhas na mídia quase todos os dias.